CIRCUITOS

(ATUALIZADO EM 4/10/1999)

 

Muito bem! Estando de posse do fornecedor de energia elétrica e do seu restaurador - bateria e gerador, podemos agora consumir à vontade ..., bem, não tão à vontade.

O circuito consumidor de um veículo é composto de vários sistemas, a saber:

 

 

Esses são os sistemas mais corriqueiros existentes num automóvel moderno. Todos esses sistemas recebem energia a partir de um painel de fusíveis, ou caixa de fusíveis, geralmente colocado no cofre do motor ou no interior da cabine de passageiros, sob o painel. Cada dispositivo consumidor é comandado por sua respectiva chave ou interruptor que abre ou fecha o respectivo circuito, desligando-o ou ligando-o. Note bem a presença de fusíveis em cada circuito.

 

OS FUSÍVEIS

Os fusíveis são dispositivos protetores de seus respectivos circuitos. Cada dispositivo de acionamento elétrico exige uma certa potência elétrica para ser ativado. Isto significa que ele deve estar submetido a uma tensão elétrica, expressa em Volts, necessitando de que nele circule uma certa corrente elétrica, expressa em ampares, para que ele funcione e produza o serviço que precisa ser realizado. Podemos tomar como exemplo uma lâmpada de farol de um certo veiculo do mercado, que tenha a potência de 60 watts. Como potência é o resultado da multiplicação da tensão pela corrente, e como a tensão fornecida pelas baterias é de 12 Volts, a corrente que essa lâmpada deixará fluir será de 5 ampares. Para suportar essa carga elétrica, os projetistas dos sistemas elétricos dos veículos especificam a bitola do fio que alimentará essa lâmpada, de tal forma que aqueça o mínimo possível. Para o veículo que tomamos como exemplo, o valor do fusível para essa lâmpada é 10 ampares, ou seja, a fiação está dimensionada para deixar passar uma corrente de até 10 ampares, que é o dobro da necessária para acionar a lâmpada. Se ocorrer um eventual curto-circuito que faça com que essa corrente ultrapasse os 10 ampares, o fusível irá fundir-se e abrir o circuito, impedindo que ocorram danos a essa fiação e às adjacentes, que juntas formam o que chamamos de chicote.

Esse foi um exemplo do que ocorre com cada circuito do sistema elétrico geral de um veículo. Todos os demais circuitos são similares e também têm um fusível de proteção que, quando necessitarem de substituição, devem ser substituídos por outro de mesmo valor, no máximo.

 

OS RELÊS

Quando os dispositivos são grande consumidores de energia e precisam de ter circuitos com a menor resistência possível, se faz a sua comutação por meio de relês, que são verdadeiras chaves eletromagnéticas. A palavra relê é um aportuguesamento da palavra inglesa relay . Esses dispositivos são usados para o alimentar as lâmpadas dos faróis, para acionarem as buzinas e outros grandes consumidores de energia elétrica. Quando você comanda um desses dispositivos a partir do painel, apenas uma pequena corrente estará circulando pela chave que você manuseou. Essa pequena corrente vai então acionar um relê que fechará um circuito mais curto e de maior capacidade, o qual deixará passar uma corrente muito maior para o dispositivo a ser alimentado. Um relê importantíssimo no veículo é o que alimenta o do motor de partida, acionado pela chave de ignição. Ele recebe alimentação direta da bateria através de um cabo de grande diâmetro, estando conectando diretamente no borne do motor de partida.

 

AS LÂMPADAS

Este elementos se encontram nas pontas de cada circuito do complexo sistema de iluminação, dente os quais o que julgo mais importante é o dos faróis.

Os faróis podem usar lâmpadas incandescentes comuns, lâmpadas do tipo halógeno ou blocos óticos selados (sealed beam). Qualquer que seja o seu tipo, a lâmpada de farol implica num requisito que só existe neste dispositivo de iluminação: a exata posição dos filamentos de fachos alto e baixo em relação ao seu refletor parabólico.

No caso de blocos selados (sealed beam), a precisão é total. O seu fabricante exclusivo é a General Eletric - GE e a sua utilização é corrente nos veículos fabricados nos U.S.A. No Brasil, ultimamente, não tenho visto veículos saindo de fábrica com esse tipo de lâmpada pois os veículos agora são projetados de forma tal que os faróis acompanham o estilo de todo o veículo, impedindo o uso dos faróis selados que são de formato único - circular. Além disso, acredito que a influência da escola européia de projeto de automóveis também tenha influenciado no desaparecimento dos faróis com sealed beam pois na Europa sempre se usou farol com lâmpada descartável.

O mesmo requisito é exigido nos faróis de lâmpada comum ou halógena, as quais não fazem parte integrante do refletor do farol. A citada distância relativa dos filamentos deve ser obedecida pelos fabricantes das lâmpadas. E aí o automobilista precisa estar atento quando for adquirir lâmpadas substitutas, pois o autor desta página tem encontrado diversos fabricantes fornecendo lâmpadas de péssima qualidade. Os únicos fabricantes que, segundo minha pesquisa, são dignos de confiança no fornecimento de lâmpadas para faróis, são os seguintes:

OSRAM

PHILIPS

Os demais fabricantes, geralmente chineses, japoneses ou de outra nacionalidade, têm apresentado produtos totalmente fora de especificação, no que tange às distâncias referenciais dos filamentos.

É muito fácil identificar uma lâmpada de má qualidade. Geralmente ela não traz estampada no corpo o NOME do fabricante, mesmo que venha numa embalagem com um nome pomposo. Somente traz a tensão e as potências dos filamentos. Bons fabricantes, além de oferecer um produto dentro das características exigidas, estampam com todas as letras o seu nome no corpo do produto.

Ultimamente, este autor encontrou no mercado a oferta de lâmpadas de farol com embalagem sob o nome LUCAS, que é um internacionalmente conceituado fabricante inglês de componentes elétricos, mas cujo conteúdo da embalagem não apresentava, também, o nome LUCAS. Tais lâmpadas apresentavam o mesmo problema: filamento fora de posição. Nessas mesmas embalagens estava estampado que o produto era proveniente da Lucas KK Tokyo Japan.

Essa posição dos filamentos é verificada, com a lâmpada fora do farol, medindo-se a distância do filamento até um plano imaginário que contém o flange de apoio da lâmpada no alojamento do farol. Tanto nas lâmpadas OSRAM quanto nas lâmpadas PHILIPS, tais distãncias são exatamente as mesmas, a saber:

 

filamento de alta = 25 mm aprox.

filamento de baixa = 33 mm aprox.

 

Nas lâmpadas de outros fabricantes encontrei um verdadeiro carnaval de valores. Somente com lâmpadas OSRAM e PHILIPS consegui um facho luminoso adequado e regulável.

Aí você pode perguntar: "Mas porque é importante essa tal posição dos filamentos das lâmpadas?" E eu respondo dizendo que se os filamentos não estiverem nos pontos ideais, não se conseguirá um facho de luz coerente, tanto no facho baixo quanto no facho alto, não havendo por conseguinte, o melhor aproveitamento da luz produzida e a possibilidade de regulagem dos faróis para o correto posicionamento desses fachos, evitando-se problemas de visibilidade noturna e de ofuscamento de veículos que cruzam em sentido contrário.

Quanto aos demais circuitos de iluminação, é bastante que se verifique a potência e a tensão de trabalho. Vale também verificar se o nome do fabricante está estampado no corpo da lâmpada. Mas, cuidado com as lâmpadas de dois filamentos. Elas têm uma posição certa de montagem e os seus filamentos têm potências diferentes - exemplo: lâmpada de lanterna e de freio. Se ficar invertida, o que deve brilhar pouco brilhará mais, e o que deve brilhar mais, brilhará menos.

 

***A CONSTRUÇÃO DESTE TEMA CONTINUA***

 

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