SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO

 

Os motores de combustão interna se caracterizam pela grande quantidade de energia térmica produzida e que não é transformada em trabalho, que precisa ser descartada. Se isto não for feito, o motor pode ser destruído pela fusão dos seus componentes. Assim sendo, todos os motores são projetados e construídos de forma que possam eliminar o calor residual. Para tanto possuem um sistema que transfere esse calor residual para o meio ambiente.

COMO ISSO É FEITO?

Existem dois tipos de sistema de refrigeração ou de arrefecimento: direto e indireto.

SISTEMA DIRETO

É baseado no contato direto da superfície externa do motor com o ar atmosférico que circula de forma natural ou forçada. Para que isso funcione, a superfície externa do bloco e do cabeçote tem sua área muito aumentada através da construção na forma de aletas externas. Nos motores de pequena cilindrada, o simples aumento dessa superfície já é suficiente para propiciar a transferência desse calor residual para a atmosfera. Nos motores maiores, entretanto, faz-se necessário o uso de um soprador (ventoinha), acionado pelo próprio motor, que capta uma quantidade de ar do exterior do veículo, a qual é conduzida sobre as superfície externa aletada do mesmo.

Nos motores de pequena cilindrada, temos como exemplo as motocicletas. Nos motores maiores, o exemplo é dado pelos famigerados Fuscas e pelos veículos pesados da marca Magirus Deutz, aqueles que conduzem as famosas escada Magirus usadas pelos bombeiros.

Os sistemas de arrefecimento direto primam pela simplicidade construtiva mas pecam por serem volumosos e ocuparem muito espaço. São de baixa eficiência e são usados somente em motores de pequenas cilindrada e de relativo baixa potência.

O cuidado a ser tomado é a conservação do bom estado do sistema de acionamento da ventoinha (correias) e da limpeza da superfície das aletas, que devem estar isentas de pó aderido ou outras substâncias que podem diminuir a transferência de calor.

 

SISTEMA INDIRETO

Utiliza um líquido intermediário que absorve o calor do bloco e cabeçote do motor, descarregando na atmosfera através de um radiador. Neste caso, existem câmaras de líquido entre as paredes internas e externas do cabeçote e do bloco, nas regiões mais quentes do motor, permitindo que o líquido absorva o calor residual ali existente. O líquido utilizado pode água, uma solução de água com etilenoglicol ou outra substância.

O sistema indireto é mais caro e complexo que o direto mas é muito mais eficiente, ocupando muito menos espaço, sendo largamente utilizado em todos os veículos automotores. Recentemente tem sido empregado em motocicletas, tais como as nacionais Yamaha DT200 e Agrale.

Os sistemas indiretos trabalham sob pressão, criada pelo próprio aquecimento do líquido. A tampa do bocal de abastecimento dos recipientes compensadores possuem duas válvulas: uma de pressão máxima e outra de depressão máxima. Geralmente, a válvula de pressão máxima se abre por volta de uma atmosfera ou pouco menos (14,7 libras por polegada quadrada, manométricas, ou uma atmosfera). É comum encontrarmos veículos com a tampa calibrada para abrir com 13 libras por polegada quadrada. Já a válvula de depressão máxima se abre em torno de meia atmosfera (metade do valor).

A pressurização eleva o ponto de ebulição do líquido para além de 100 graus centígrados, aumentando a eficiência do sistema, visto que a existência de bolhas de vapor diminuem muito a transferência de calor - substâncias gasosas têm muito menos capacidade de transferir calor que as substâncias líquidas.

A existência da válvula de depressão máxima evita que, durante o resfriamento, após a parada do motor, a contração do líquido causa danos (chupamento) do radiador e outros componentes sensíveis a esse fenômeno.

Quando você vir um carro FERVENDO por aí, pode crer que ele está com a válvula de pressão e vácuo da tampa danificada ou frouxa. Não confie esse cuidado ao frentista do posto de abastecimento. VERIFIQUE VOCÊ MESMO Geralmente ele é um orelhudo, isto é, não lê manuais técnicos, aprende tudo de ouvido, e às vezes erroneamente. Ele pode, por falta de conhecimento, atenção ou capricho (falta de profissionalismo), deixar a tampa mal colocada (enjambrada) ou mesmo frouxa, sem garantir a estanqueidade do sistema. Você rodará um tempo e quando o nível do líquido baixar o você exigir um pouco mais do motor, como, por exemplo, subir uma ladeira ou uma serra, ele ferverá, e você vai se desesperar.

NÃO DEIXE QUE ISSO ACONTEÇA COM O SEU VEÍCULO.

Os cuidados rotineiros exigidos pelos sistema de refrigeração se relacionam com o estado da bomba de líquido (comumente a bomba d'água) e seu acionador (correias), estado das mangueiras de interligação e do estado físico do radiador que deve estar com o seu interior isento de impurezas que podem entupí-lo ou isolar as superfícies do contato do líquido.

FIQUE DE OLHO NOS VAZAMENTOS!

Via de regra, nunca se abastece um sistema indireto com água pura, sempre se adicionando um aditivo anti-corrosivo para se evitar a corrosão das paredes internas do bloco do motor.

NUNCA USE ÁGUA PURA NO MOTOR DO SEU CARRO!

CONSULTE SEMPRE O MANUAL DO FABRICANTE!

 

Verifique sempre se há vazamentos

por mangueiras, juntas ou retentores da bomba de líquido.

 

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